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01/12/2014
Repensar o Cariri
O programa Fantástico, da TV Globo, levou ao conhecimento do Brasil matéria envolvendo os dois maiores municípios do Cariri em corrupção. Só que o fato denunciado é café pequeno, como se diz na gíria.
Nós, que fomos políticos e conhecemos a classe que vem governando nos últimas décadas a região, sabemos que a corrupção é coisa muito séria e os valores desviados são astronômicos; alguns administradores fizeram fortunas fabulosas em prejuízo das comunidades.
Nos últimos 30 anos, o fato de os candidatos apregoarem apoio governamental tem resultado, quase sempre, como pretexto para expedientes de corrupção, caracterizando, de certo ponto, alguma conivência.
E o mais grave de tudo é que essa corrupção não é privilégio só desses dois municípios citados. Hoje, e há bastante tempo, vem assolando praticamente todos os municípios da região.
A coisa é muito mais séria do que parece. Já afirmei em artigo anterior que o progresso do Cariri tem-se montado às custas da iniciativa privada, porque se fosse depender da classe política, o Cariri seria um desastre total.
As denúncias que a imprensa quase que diariamente veicula sobre saúde, compra de medicamentos subfaturados, notas frias, subfaturamento de obras e, "às vezes fictícias, subfaturamento de lixo e o saneamento básico que é praticamente zero, na região, dariam matérias para muitos Fantásticos.
Isto, sem se falar nas Câmaras Municipais, que ao invés de fiscalizarem as prefeituras, são quase todas focos de corrupção, não só pela conivência, mas também em suas gestões.
O que acho mais grave de tudo isso é uma região rica, tanto do ponto de vista material, como de valores históricos, com suas universidades, várias faculdades e cursos superiores isolados, não registrar nenhuma reação. As classes produtoras, os clubes de serviço, os universitários e a sociedade, de modo geral, não têm merecido o menor respeito de um lado.
Por outro lado, o gesto de omissão das forças vivas do Cariri, diante de tanta desfaçatez, é inaceitável.
O único consolo que nos resta é que esta miséria é um câncer nacional, pois a corrupção é uma epidemia de nível nacional, estadual e municipal, até quando ninguém sabe.
Texto de José Humberto Mendonça
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