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Notícias
15/07/2011
Novo prefeito de Jardim solicita reforço policial
O clima tenso na política faz com que a população pouco queira falar sobre o assunto neste Município. Dez dias após a posse do prefeito interino, João Cláudio Brito Coutinho, a cidade ainda respira ares de indefinição na política. A atual administração, após o afastamento do prefeito cassado, Cláudio Luz, por abuso de poder econômico, contratou uma comissão para fazer auditoria na contas públicas, começando pelas finanças. São denúncias de irregularidades em setores como a saúde, transporte e merenda escolar, que vão desde licitações irregulares a superfaturamento de contratos. O gestor interino afirma que pedirá um suporte ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), para poder administrar a cidade. No próximo dia 4 de setembro serão realizadas eleições para escolha do novo prefeito da cidade. As convenções partidárias serão realizadas para escolha dos novos candidatos. O prefeito empossado solicitou reforço na segurança do Gate, Força Tática, Polícia Federal e Serviço de Inteligência da Polícia Militar para posse e até o dia 4 a cidade contará com reforços. Uma comissão formada por 13 líderes da oposição se deslocou até Fortaleza para solicitar apoio da Secretaria de Segurança Pública. "O temor é que possa haver ataque à Prefeitura, por conta das irregularidades encontradas", ressalta. "A cidade está caótica", afirma João Cláudio. Desde que assumiu, ele diz que está praticamente inviabilizado de administrar. O município está sem médicos suficientes, com poucas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), em atendimento e carência de médicos. Das poucas ambulâncias existentes, uma se encontra encostada na calçada da Prefeitura, com parte da frente destruída em uma cidade. Ele reclama das péssimas condições em que encontrou a frota de veículos do Município. O único hospital do lugar pertence à família de Fernando Luz. A maior parte dos exames é feita em cidades como Barbalha e Juazeiro do Norte. O prefeito interino afirma que foram encontrados entre as irregularidades documentos que comprovam a realização de exames de alta complexidade como ressonância magnética e tomografia computadorizada no hospital do ex-prefeito. No local, existe apenas um aparelho de ultra-som. Segundo Fernando Luz, há mais de um ano não são feitas ultrassonografias no local e jamais realizou exames de tomografia ou ressonância. O aparelho de raio-x que existia na cidade foi desativado e lacrado pelo Ministério Público, conforme João Cláudio. Habitantes Jardim conta com mais de 27 mil habitantes. Segundo o gestor, são mais de 3 mil servidores concursados, contratados e cargos comissionado na prefeitura. A ideia era que fossem exonerados funcionários em massa, mas talvez isso não possa ser possível até as eleições. A falta de um cadastro do funcionalismo dificulta a contagem do pessoal e a localização dos funcionários por setores. "Na Educação são mais de 30 funcionários e não há locais para que eles possam desempenhar suas funções", diz ele. Por conta dessa situação, os servidores continuarão em casa até segunda ordem. Fernando Luz diz que desconhece esse grande número de funcionários e contratados na prefeitura. Segundo ele, na sua administração havia pouco mais de 1.700 funcionários. Os altos cursos de publicidade com a única rádio da cidade, a Jardim FM, pertencente à família de Fernando Luz, segundo o atual prefeito, chamou a atenção. São cerca de R$ 70 mil mensais de contratos com as diversas secretarias municipais. O gestor cassado se defende e diz que os contratos com secretarias eram de valores irrisórios e feitos na rádio por ser a única da cidade. "Não eram superiores a R$ 600, em órgãos com a Secretaria de Saúde". Problemas Os problemas desde a infraestrutura da cidade às irregularidades constatadas pela auditoria contratada pela administração, composta por advogados, contadores e economistas, segundo João Cláudio, impedem a administração de atuar. "Não posso pagar sem conhecimento", diz ele. O prefeito exemplifica os gastos com o transporte escolar. Foram gastos de janeiro até agora R$ 1, 2 milhão, sem contrato. Segundo a auditoria, foram encontradas várias licitações montadas irregularmente e editais chegaram a ser publicados no mesmo em que as licitações ocorriam. Os rumores de ameaças pela cidade fizeram com que o prefeito interino registrasse ocorrências policiais. Fernando Luz afirma que quando falaram em ameaças ele se encontrava em Brasília procurando se defender. Em junho, a sua então administração chegou a receber auditorias do TCM e da Controladoria Geral da União (CGU). "Foram detectados alguns problemas técnicos, que ocorre com toda administração, e em seguida, sanados", frisa. Auditoria Além de não reconhecer a legitimidade da auditoria que vem sendo feita, o prefeito cassado, que já estava no seu quarto mandato à frente do Município, disse que entrou com uma ação na Justiça e irá processar por denúncia caluniosa e exigir a reparação dos danos morais. Fernando Luz e o vice-prefeito, Etelvino Leite Bringel, foram cassados após o Ministério Público (MP) detectar irregularidades com a execução de obras da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), relacionadas a poços profundos e cisternas. De acordo com o MP, esses benefícios foram usados como moeda de troca eleitoral. O ex-gestor afirma que João Cláudio chegou a enviar um projeto para o executivo, semana passada, para aumento do próprio salário e dos vereadores, o que foi desmentido pelo prefeito interino. Na cidade impera a lei do silêncio quando o assunto é o destino de Jardim. MAIS INFORMAÇÕES
Elizângela santos
UMIRIM Neste Município, distante 90km de Fortaleza, já começaram os preparativos para as eleições municipais que acontecerão em 4 de setembro. No último dia 4 de julho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a realização de eleições suplementares no Município da região Norte do Ceará. A sede da Prefeitura, que fica às margens da BR-222, está ocupada hoje pelo vereador Zé da Marieta, que assumiu o cargo em fevereiro deste ano, quando o prefeito José Afrânio Pinho Pinheiro, o vice-prefeito Francisco Clodoveu Oliveira Sales e o presidente da Câmara Municipal, vereador Hamilton Pinheiro Rocha, foram cassados acusados de captação ilícita de sufrágio, nas eleições de 2008. José Afrânio e o vice Francisco Clodoveu foram eleitos pelo Partido da República (PR), obtendo 5.837 votos contra 5.532 do seu adversário, José Galdino Albuquerque, candidato do PP. Uma visita a cidade deixa claro que o anúncio da realização de eleições há 13 meses do próximo pleito é o principal comentário entre os moradores de Umirim. Ainda não é permitido campanha com carros de som ou cartazes, mas a eleição é motivo de debate entre os moradores. Muitos acham desnecessário a nova eleição e outros querem ter a oportunidade de escolher quem de fato vai governar a cidade. Os concorrentes devem ser escolhidos pelos partidos e coligações nos dias 25 e 26 de julho, datas destinadas pelo TSE para realização de convenções. Já do dia 29 de julho até a véspera das eleições, 3 de setembro, os candidatos estarão autorizados a fazer propaganda eleitoral. As datas e prazos detalhados sobre as eleições suplementares de Umirim estão na resolução 448/2011 do TSE. A situação atípica de Umirim impede o planejamento de políticas públicas. Essa é a opinião do secretário de Administração, Irami Amaro Peixoto, que já estava no cargo antes da cassação de José Afrânio. Funcionamento Para Irami, a manutenção de postos de saúde, escolas e demais projetos para o funcionamento mínimo da cidade são os únicos que acontecem normalmente. "O governo sofre com a situação e o povo sofre com o mandato interino. Não temos espaço para programar projetos de médio e longo prazo", diz. Umirim foi emancipada de Uruburetama em 1985 e tem mais de 18 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE. As principais fontes de renda da população da cidade são a agricultura de subsistência, criação de pequenos animais, comércio e o artesanato. MAIS INFORMAÇÕES:
Lyana Ribeiro
Fonte: Diário do Nordeste Notícias anteriores
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