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28/04/2013
Hélder Macário: A Verdade Nua e Crua
Os médios proprietários rurais do Nordeste, assim considerados, porque possuem um pouco mais de terra do que os pequenos e muito menos do que os grandes, se comparados aos pequenos, mesmo que a diferença ente as áreas de terra que possuem seja a favor dos médios, o que, aqui, não significa nada. A diferença entre eles mesmos passa a ser a favor dos pequenos, por terem direito a benefícios do governo que os médios não têm. Além de terem que enfrentar muitas dificuldades, como por exemplo, não terem mais quem os ajude na luta do dia a dia, pois quem fazia isso, praticamente desapareceu, foi morar nas cidades onde experimenta muitas mudanças, a que não está acostumado, pelas quais se empolga e, descuidando-se, acaba de alguma maneira, expondo sua própria família a certos desmandos. Como, por exemplo, a sua filha ganhar uma gravidez, o que seria motivo de muito ressentimento, mas, talvez, estimulada por um benefício, aqui chamado “vale-bucho”, que o governo concede por qualquer criança que nasce, ela acaba favorecendo à família, aumentando a sua renda, aumentando, também, a sua própria família, o que a faz passar a receber outros benefícios, embora, aumente, também, a natalidade o que, muitos países estão desestimulando, a bem da própria vida no planeta. Essas pessoas quase nem trabalham mais. Se, ainda, não estão aposentadas, o que têm direito e seu ex-patrão tem obrigação de fornecer atestado do seu tempo de serviço, elas já recebem bolsas e mais bolsas do governo, sem que, para isso, tenham que fazer nada, apenas dar a entender, ao mundo que, não são mais pobres. Isso as faz felizes e, algumas, até zombam do ex-patrão se o virem, tendo que fazer o que elas faziam, ocupando o seu lugar na lida, sem a possibilidade de receber qualquer benefício do governo, nem mesmo aposentar-se, salvo se contribuir, como autônomo junto ao INSS ou, se exercer, outra qualquer atividade. Outra dificuldade que os médios proprietários enfrentam, muitas vezes, numa luta inglória, é a trazida pela seca que dizima quase tudo, quando vem, como a que, agora, por mais de ano, castiga a região, se bem que, embora, tardiamente, tenha chovido em alguns lugares, mas, de qualquer maneira, até mesmo em alguns desses lugares, ela já tinha levado de roldão, muito do que muitos tinham como animais, dos quais, muitas cabeças já morreram, algumas, de quem dispunha de mais recursos, foram levadas para lugares distantes, outras, foram vendidas a preço irrisório com o intuito de gastar o apurado em rações caríssimas, para salvar outras que, se não morreram estão em valor muito alto, e que se expostas à venda, só o mesmo preço irrisório prevalecerá. As plantações se destroçaram, o pequeno açude, há muito secou, a propriedade de muitos, o único bem e meio de atividade, sem render nada, não tem mais nenhum valor, a fé a esperança, a devoção, já estão se esvaindo. Persiste a frustração pela quase absoluta falta de ajuda, principalmente dos políticos, frustração também, por saberem que muitas pessoas que, mesmo sem jamais terem contribuído para nenhum instituto, conseguem aposentadoria e eles não, apesar de serem cadastrados no ITR, no INCRA e muitos terem contribuído para um tal Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, como empregador (vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social) que deverá estar extinto, pois, há muito, ninguém recebe cobrança de contribuições. Resta em todos, a tristeza que, é irremediável, a certeza de que, nunca mais terão de volta, o que perderam, chova ainda o que chover e a dúvida imensa do que será feito de tantos, daqui para frente. Quem sabe existisse uma maneira que os políticos usassem para amenizar situação tão difícil, a final de contas, eles são tantos, deverão ter tanto peso junto ao governo já que representam a região do país, onde há maior número de estados. Mas apesar de verem na imprensa, imagens tristes, mas reais, até parece que eles não reconhecem a veracidade de tudo, tal é o desinteresse em socorrer os envolvidos. É vergonhoso o que disse no jornal, um dia desses, a jornalista Mirian Leitão: “é difícil encontrar algo mais antigo na República do que o TRUQUE de os políticos “explorarem” o drama da seca do nordeste. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas foi inaugurado em 1909. Tem, portanto um século. Uma vasta seca volta a machucar áreas do nordeste provando que um século não é bastante”. Realmente, em um século, não tivesse havido tantos truques, artimanhas como disse a jornalista, mas sim, interesse, perseverança, boa vontade em resolver, de uma vez por todas, o tão grande problema com, a sabidamente ÚNICA SOLUÇÃO, a nossa tão sonhada transposição de águas de outras regiões do país, não estaríamos, agora, castigados por uma das maiores secas de todos os tempos, quando desta vez, não há truques, mas omissões, o drama é real, muitas famílias empobreceram e, nada trará de volta o que ela já levou. Não serão cisternas que, em muitos lugares nem poderão ser cheias, nem poços que nem todos serão producentes, que irão resolver o problema de quem “está no fundo do poço” como muitos estão. Serão necessárias medidas muito mais eficazes que só o governo poderá, mas deverá, acima de tudo, avaliar e adotar, com urgência. Porque não pensar, também, em conceder o mesmo que já concede a tantos que jamais contribuíram para qualquer instituto, uma mesmo não tão grande, mas fixa e certa Aposentadoria? Fonte: Blog do Crato
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