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16/09/2011
Óbitos por meningite aumentam 250% no CE
A meningite já levou a óbito 14 pessoas, somente neste ano, em todo o Estado, de acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). Em relação ao ano passado, que teve quatro mortes, esse número mais do que triplicou, atingindo um aumento de 250%. Desses falecimentos, 12 foram em Fortaleza, um em Maranguape e outro no município de Moraújo. A quantidade de casos também aumentou. Em 2010 foram registradas 31 pessoas com a doença. Neste ano, a quantidade já chegou a 51. Com isso, o número cresceu 64%. Dos casos de meningite registrados em 2011 no Ceará, 34 (66,66%) são na Capital. Camocim e Pacatuba tiveram três cada um. Os municípios de Maracanaú e Quixeramobim tiveram duas pessoas infectadas com doença, em cada. Além desses, foi registrado um caso em Ibiapina, Moraújo, Paramoti, Maranguape, Eusébio, Jaguaribe e também em Iguatu. Junho foi o mês com o maior número de pessoas contraindo meningite, 11 no total. Logo depois vem agosto, com oito ocorrências, e julho, com sete pessoas infectadas. Em maio, a Sesa registrou seis casos. Janeiro, março e abril tiveram cinco pessoas com a doença cada um. O mês com o menor número foi fevereiro, com apenas quatro pessoas infectadas. Segundo o gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima, apesar dos números serem considerados altos, não existe epidemia em Fortaleza. Isso acontece, explica, porque os casos estão distribuídos em 24 Bairros. "Tivemos um aumento no número de pessoas com a doença e também na quantidade de óbitos. Mas, como esses casos não são aglomerados, podemos constatar que não se trata de uma epidemia", explicou Lima. Para o gerente de Vigilância Epidemiológica, não há um motivo específico para o aumento de 250% de casos em relação ao ano passado. "O número de pessoas infectadas com a meningite sempre tem uma flutuação. Por exemplo, em 2008, foram 31 casos aqui na Capital e, em 2009, subiu para 16", disse. Mas ele afirma que os 34 casos e 12 óbitos preocupam a SMS. Por isso, a secretaria está sempre realizando treinamentos para que a meningite possa ser detectada e tratada o mais rapidamente possível. Inflamação A meningite é uma doença expressa pela inflamação na meninges, que são as membranas que revestem o cérebro e também a medula espinhal. Pode ser causada por bactérias ou por vírus e fungos. A maioria das ocorrências registradas são de meningite bacteriana. Os casos mais letais são provocados pelas variações B e C do tipo meningocócica, causada por bactérias. A doença tem distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de diferentes fatores, como o agente infeccioso, a existência de aglomerados populacionais, características socioeconômicas dos grupos populacionais e também do ambiente. Quando acometido pela doença, o paciente precisa ficar em isolamento durante as primeiras 24h de tratamento, período após o qual é eliminado o risco de transmissão. No Ceará, a meningite teve o primeiro registro de casos confirmados em 1980. O maior pico de transmissão da doença ocorreu no ano de 1994. Após essa epidemia, vem se mantendo uma redução do número de ocorrências, com pico nos anos de 1996, 2000, 2004 e 2008. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, vômitos, rigidez na nuca, sinais de irritação, convulsões e manchas vermelhas pelo corpo. A infecção também pode ser percebida pela dificuldade do paciente em dobrar o pescoço ou não conseguir dobrar a perna. Segundo o Sesa, em crianças com menos de um ano, os sintomas podem não ser tão evidentes, sendo importante observar sinais de irritabilidade, choro persistente e sinais de afundamento da moleira. A contaminação pode ocorrer por meio das vias respiratórias, gotículas e secreções, resultado de um contato próximo com alguém infectado. Alerta 34 casos da doença foram registrados em Fortaleza, em 2011. No ano passado, 21. O maior número de pessoas infectadas está na Capital. Imunização é feita apenas em menores de um ano A vacina contra a meningite faz parte do calendário básico de vacinação e, por isso, é oferecida, de graça, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, apenas crianças menores de um ano têm direito a imunização. De acordo com o gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antonio Lima, isso faz com que o controle da doença não seja mais eficiente. "Seria inviável vacinar toda a população, devido ao alto custo", diz. Para combater a meningite é importante procurar diagnosticar a doença o mais rápido possível, pois esse é o fator mais importante para que o paciente possa ser curado. "Quando a pessoa começar a sentir os sintomas, não pode ficar em dúvida e deve procurar um médico", recomendou Lima. Após a confirmação de que o paciente está infectado, é feito o bloqueio. "Nessa etapa, as pessoas que são mais próximas do infectado também terão de tomar remédios para tentar evitar a doença", frisou Lima. Ele acrescentou também que, devido a eficácia dos bloqueios realizados pela SMS, até agora, não foi registrada uma epidemia em Fortaleza, mesmo com um número grande de casos e mortes, em 2011. "Temos conseguido evitar que a meningite se propague pela cidade", assegura. Antônio Lima destacou que as pessoas com a doença devem ser tratadas somente no hospital, pois têm de tomar medicação endovenosa e ficar em observação constante. Fonte: DN Notícias anteriores
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