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12/10/2012
Jovens protestam contra violência e drogas no Cariri
Mais de 100 jovens e adolescentes foram assassinados somente em 2012, neste Município, de acordo com os registros de ocorrência da polícia Civil. Cerca de 90% dos casos constam envolvimento com as drogas. E é contra essa realidade crescente no Município, que pelo menos dois mil alunos de escolas públicas percorreram, na manhã de ontem, as principais ruas do Centro da cidade, com faixas e cartazes, pedindo o fim da violência e da impunidade, numa caminhada pela paz. Os estudantes, em sua maioria, são da Escola de Ensino Fundamental José Geraldo da Cruz, e reivindicavam a punição para o assassinato do jovem monitor de esportes da escola, Felipe Pinheiro Lira, de 18 anos, que foi morto a tiros no último dia 12 de setembro. Ele estava com o colega Caio Michel da silva, de 23 anos, que seria o alvo dos matadores. Ambos foram assassinados no bairro Socorro, próximo ao Centro da cidade, à tarde, e até hoje os crimes continuam impunes. Os dois homens vistos no momento dos disparos chegaram em uma moto e fugiram sem deixar pistas. Os estudantes se dizem revoltados e até amedrontados com a situação de violência. O presidente do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de Juazeiro do Norte, Adauto Hélio de Oliveira, classifica o problema como de extrema gravidade, já que os índices de crianças e jovens envolvidos com drogas têm sido muito altos, principalmente com o crack. Diariamente, são realizados no Conselho cerca de 20 atendimentos, relacionados, em sua maioria, ao envolvimento com drogas, violência e negligência dos pais ou responsáveis pelas crianças. A maior parte dos casos registrados envolve jovens dos bairros Frei Damião e João Cabral. Segundo Adauto, o problema está relacionado à desagregação das famílias. Ele também destaca o papel das escolas nesse contexto, onde deve haver maior participação. "Quando as famílias, muitas vezes, não têm como controlar a situação, procuram o conselho", diz ele. Os casos normalmente são encaminhados para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), com atendimento de psicólogos e assistentes sociais, ou mesmo ao Juizado. Mas, ele afirma que esses aparatos existentes são ainda insuficientes para atender a uma demanda muito alta. "Precisamos de mais órgãos que possibilitem esse acompanhamento", ressalta. Juazeiro tem apenas uma sede do conselho, com cinco integrantes. O presidente afirma que a cidade necessitaria de mais dois conselhos. "É humanamente impossível dar conta dessa situação com a realidade que temos", admite. Já o escrivão, Lúcio Lourenço, da Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro, destaca o alto índice de homicídios de 102 casos de assassinatos registrados. Há o processo investigativo, mas ele afirma que não é por falta apenas de aparato da Polícia, que essa situação se torne tão grave. Em cerca de 90% dos casos, as pessoas estavam envolvidas com o tráfico e uso de cocaína e crack. "Deve ser feito um combate ao tráfico. Denunciar quem está vendendo para minimizar essa situação que se instalou", afirma. A falta de profissionais suficientes para atender à demanda não deixa de ser um problema frente à realidade que se encontra nas ruas. São dois delegados e um escrivão para encaminhar 102 inquéritos. Há a necessidade da instalação de delegacias especializadas em Juazeiro do Norte, conforme Lúcio Lourenço, além de uma voltada para a criança e o adolescente. A manifestação com a participação dos professores, diretores, alunos e parentes de vítimas percorreu locais como a Rua São Pedro, no Centro, além de ter havido uma parada em frente à delegacia para pedir a punição dos culpados. Os estudantes encenaram peça teatral e depois percorreram a Rua São Pedro, finalizando na Praça Padre Cícero. A diretora da escola organizadora do evento, Silvânia Pinheiro, afirma que outras unidades estaduais também participaram do cortejo. Ela é tia de Felipe e disse que está assustada com a realidade violenta. "Felipe tinha acabado de sair da escola e teve sua vida ceifada de forma brutal, além de outros jovens, que continuam na mesma situação. É preciso fazer alguma coisa", conclama. Para a diretora, a questão das drogas e a impunidade estão entre os problemas mais sérios. O amigo de Felipe, Igor Alencar, espera que haja mais seriedade dos aparatos de segurança para combater o crime. Para ele, é preciso as famílias darem mais atenção aos filhos. "Foram dois amigos, dois jovens que perderam a vida e isso não pode ficar sem uma resposta", completa. Mais informações: Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, Rua do Cruzeiro, 575
ELIZÂNGELA SANTOS
Conselho Tutelar recebe denúncias crescentes Iguatu - A cada ano é crescente nas cidades do Interior os casos de agressões e maus tratos praticados contra crianças e adolescentes. Outro indicador que chama a atenção dos Conselhos Tutelares e da Promotoria da Infância e Juventude é o uso abusivo de bebidas alcoólicas e o consumo de drogas na juventude. A intensidade dessas ocorrências varia entre os municípios, mas há um sentimento generalizado de que esse problema se intensifica. Abandono, maus tratos, violência psicológica, evasão escolar, consumo de bebida alcoólica, droga e agressão sexual. Essas são as principais denúncias atendidas pelos Conselhos Tutelares na região Centro-Sul. A maioria dos casos refere-se a problemas familiares. "A realidade social e econômica, cada vez mais adversa para as famílias de baixa renda, moradoras da periferia dos centros urbanos e até nas vilas rurais, contribui para esse quadro crescente de violência praticada contra a juventude", observa a psicóloga, Tânia Vieira. "Os casos mais extremos que chegam a homicídio estão relacionados com furto, consumo e tráfico de drogas". Crack Para modificar esse quadro, o governo precisa implantar políticas públicas de assistência e promoção social, conforme defendem os conselheiros tutelares, promotores de Justiça e pesquisadores. Quanto ao consumo de drogas, há um consenso de que os municípios devem implantar unidades especializadas em tratamento para os jovens que estão dependentes e viciados. Além da maconha e da cocaína, o crack invade as cidades do interior. "Está se expandindo muito rapidamente", observa a médica psiquiatra, Angélica Sales. O tenente da Polícia Militar e coordenador do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), realizado pela Polícia Comunitária Ronda do Quarteirão, Arquênio Braga Costa, mostra-se assustado com a expansão da violência contra os jovens e com o aumento do consumo de álcool e droga entre os adolescentes. "Até nas vilas rurais esse problema já afeta as famílias", disse. "Os jovens ficam reféns e viciados passam a furtar", diz ele. Geralmente, a porta de entrada é o consumo de bebida alcoólica. Sem dinheiro, passa a praticar inicialmente pequenos delitos como furto e depois assaltos para obter recursos para a compra de bebida e de droga. O ciclo vicioso leva os jovens para uma situação de dependência e exposto à violência. "A maioria dos homicídios contra os jovens tem por trás casos de furto e droga", observa o tenente Arquênio Costa. "As exceções são os acidentes com uso de arma". O Proerd é um programa que trabalha na prevenção para reduzir o quadro atual que envolve os adolescentes no consumo de droga. Desenvolve atividades socioeducativas com estudantes. "Falta política pública eficaz para atender às crianças e adolescentes e oferecer atividades de lazer, esporte e cultura para ocupar o tempo livre da juventude", disse o tenente Costa. "Outras instituições devem participar desse esforço". O promotor de Justiça da Vara da Infância e da Juventude, Gustavo Camacho, que trabalha nas cidades de Iguatu, Quixelô e Cariús, reforça a ideia de que os casos de violência, consumo de bebidas e drogas por parte de adolescentes tem aumentado bastante. "É uma verdadeira epidemia e está presente em todos os lugares", frisou. "Os adolescentes começam com pequenos furtos e evoluem para delitos mais graves e tudo isso resulta de um problema social e familiar sem estrutura". No ano passado, as secretarias de Educação e de Saúde de Cariús firmaram parceria e realizaram uma mobilização com estudantes e professores, numa experiência única no município. A ação incluiu a realização de um curso de formação de 30 agentes de prevenção às drogas, com entrega de certificados, expedidos pela Escola de Saúde Pública de Iguatu, e a produção de cordéis pelos estudantes com a temática de prevenção às drogas. O psicólogo, Carlos Prado, coordenador de saúde mental de Icó, participou da mesa redonda de encerramento do projeto de educação em saúde preventiva. Ele expôs pesquisa sobre consumo de drogas e álcool, que foi realizada no município e mostrou-se preocupado. De acordo com o 10º Pelotão de Polícia Militar de Iguatu, de cada dez registros de homicídios contra jovens cerca de 80% são casos de furto, roubo e acerto de contas com o tráfico de entorpecentes. Mais informações: Conselhos Tutelares de Iguatu
HONÓRIO BARBOSA
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